Indolência cívica

Confesso que, se pudesse, sairia em busca de uma cidade em que se tivesse paz, que se pudesse viver com dignidade.

Confesso que me revolta sentir-me preso dentro de um apartamento, porque não tenho o direito de sair de casa para fazer sequer uma caminhada, com receio de que possa ser vítima da violência que se esparrama pela cidade inteira, sem que veja qualquer providência por parte do Poder Executivo.

A verdade é que viver em São Luis, com tanta violência, tornou-se um tormento;está insuportável a vida que somos compelidos a levar numa cidade especialmente violenta.

Hoje, especialmente, estou mais que indignado, pois, sendo feriado, não posso aproveitar para fazer um exercício nas ruas da cidade.

Aonde vamos parar? Não sei! Ninguém sabe! O que todos sabemos é que as coisas tendem piorar, pois não se vê providências de curto prazo.

Diante desse estado de letargia, de inoperância do Poder Executivo, a nós so nos resta apelar aos céus, pois daqui da terra não se espera providências.

O mais intrigante é que o povo não sai às ruas, não protesta, suporta tudo numa passividade estonteante.

É necessário que saiamos desse estado de indolência cívica, para, nas ruas, dizer ao Estado que merecemos respeito.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

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