Eles não pensam no Brasil

Sete partidos da base aliada resolveram criar um “blocão”, para infernizar a vida da presidente Dilma. Todos estão insatisfeitos com o tratamento que têm recebido do Palácio do Planalto. A ordem agora é criar caso, criar embaraço, dificultar as ações do governo, investigar o que ele, governo, não quer ver investigado.

E a razão dessa revolta, qual é? Seria os interesses do país?

Não, claro que não. A revolta é porque tiveram pretensões resistidas. Para começo de conversa, vão apoiar a a aprovação de uma comissão externa para investigar denúncias de pagamento de propinas a funcionários da petroleira estatal pela fornecedora holandesa SBM.

Em outras palavras: se tivessem conseguido que o governo federal atendesse aos seus pleitos, essa história de propina não teria a menor relevância.

Atenção: o “blocão” reúne, ao todo 250 dos 513 deputados. São, portanto, 250 os homens públicos que amam por demais o Brasil.

Mas a presidente não precisa se preocupar. Depois de atendidas as pretensões dos ilustrados deputados, tudo voltará a ser como antes, no quartel de Abrantes.

Bem, mas as denúncias de cobranças de propinas, como fica?

Esqueça isso. Foi só uma ameaça. Isso não tem nenhuma relevância para o país. A menos, claro, que a presidente decida fincar pé. Aí, então, tudo volta a ser como deve ser, ou seja, a cobrança de propinas volta a ser relevante.

Tenho pena do Brasil.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

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