François Truffaut, cineasta francês, diretor, ator e crítico, morto aos 52 anos, de câncer no cérebro, vinte e um longas-metragens, um punhado de curtas, centenas de artigos sobre cinema, dizia, com simplicidade: “Eu faço filmes para realizar meus sonhos de adolescente, para me fazer bem e, se possível, fazer bem aos outros” (Folha de S. Paulo, de 21 de junho de 2015)
Algumas vezes tenho me perguntado por que insisto em escrever? Indago a mim mesmo, reiteradas vezes, se não seria melhor o silêncio, se não seria melhor para as minhas relações de amizade, para minha paz interior, para manter uma boa convivência com os que pensam diferente de mim, ficar contando as estrelas, admirando o por do sol, silente e passivo, deixando a banda passar, como a moça feia debruçada na janela a que faz menção Chico Buarque na famosa e deliciosa A Banda: “…a moça feia debruçou na janela pensando que a banda tocava pra ela…”
Todavia, alguma coisa muito instigante me impulsiona a escrever. É alguma coisa muito forte, algo difícil de ser contido. É quase uma necessidade. Vou observando o mundo, examinando a conduta das pessoas, e vou sendo instigado, no mesmo passo, a dizer o que penso, e sinto, em face do que vejo. Não dá, na minha percepção, na minha visão de mundo, para, simplesmente, deixar acontecer. Eu não toleraria essa passividade. Não é o meu perfil. Não é a minha praia, para usar uma expressão própria dos dias atuais.
Assim é que, quando o impulso me leva à reflexão e esta me leva a escrever, não tenho peias, não tenho controle de mim mesmo. Nesse sentido, deixo a inércia, sou instado, e me apresso a dizer o que penso sobre isso ou aquilo, com cuidado para não falar sobre o que não conheço para não parecer arrogante; nem mesmo a incerteza quanto à recepção dos meus escritos me desestimula.
E, nessa sanha incontrolável, vou escrevendo, refletindo, traduzindo em pensamento as palavras que dentro de mim não querem calar, pois, reafirmo, sinto uma enorme necessidade, quase doentia, de compartilhar as minhas inquietações, ainda que não tenha a exata dimensão da sua repercussão, ou seja, de como as pessoas assimilam as coisas que digo, afinal, nesse mundo em que viceja, em profusão, a liberdade de expressão, eu sou apenas mais um a se aventurar no mundo das letras, sem ser sequer um dos mais qualificados, ciente e consciente das minhas limitações intelectuais.
Fico, cá do meu canto, me questionando, a propósito dessa propensão de não silenciar, ciente de que, para uma boa convivência, melhor mesmo é não dizer, é permanecer calado, optar pelo mutismo acomodado, pela inércia covarde, sabido que aquele que fala, que diz o que pensa, que não contém o impulso, corre sempre o risco de ser incompreendido, pois as palavras têm uma força inigualável, podendo ser bem ou mal interpretadas, dependendo de quem se aventure a penetrar no espírito do cronista, em face, sobretudo, da vagueza, da polissemia de alguns termos, a possibilitar várias interpretações, sobretudo se analisada fora do contexto, o que pode, sim, ocorrer, em face, por exemplo, da má vontade de quem se aventura a ler o texto.
Todavia, ainda assim, mesmo correndo o risco da incompreensão, não deixo de dizer o que penso, e sinto, em face dos mais variados temas. Tenho dito, para mim mesmo, quando me ocorrem esses questionamentos, que eu não quero ser, nunca vou ser, me recuso a ser um Meursault, personagem de “O Estrangeiro”, de Albert Camus, pois, diferente do personagem e de muitos que pensam e agem como ele, não aceito levar uma vida banal, irrelevante.
A vida e o pensar para mim não são indiferentes.Tudo na vida para mim faz sentido. Mesmo a dor do próximo ( lembro, para quem não leu a obra de Camus, que nem a morte da própria mãe abalou Meursault), para mim, tem relevância. Diferente de Meursault, me recuso a ser levado, arrastado pela correnteza da vida e da história, ainda que, por isso, possa ser incompreendido.
Parafraseando Fracois Truffuat, eu escrevo para me satisfazer, e, se possível, para agradar aos outros, para induzir à reflexão, pois sei que há muitos que assimilam bem o que escrevo, ainda que isso não seja o mais relevante, pois, afinal, numa sociedade plural e diversificada como a nossa , é mais que natural que as pessoas divirjam, que tenham pontos de vista diferentes dos meus, daí que o mais relevante mesmo é a constatação de que me faz bem escrever e que, decerto, me sentiria feliz e honrado se pudesse, com os meus escritos ( desculpem a pretensão descabida), fazer bem às pessoas, o que seria uma recompensa sem igual para quem, como eu, não almeja ser mais do que efetivamente sou.
Exa, o que vou contar aqui é muito sério, eu até me arrisco contando isso. Mas confio em V.exa, no seu caráter e na sua integridade, um dos ppucos que não se corrompe.
Mas continuando, a cúpula do MP sabe de tudo, eu fiquei impressionado, fiquei besta de tanto que os procuradores sabem desse caso Décio.
Exa, eles tem o caso elucidado corretamente, são uns covardes, sabem de tudo em detalhes, sabem até o número de identificação da maquina do Junior Bolinha que tava limpando o loteamento do Marcão, que o pisteiro Jhonatan mensionou em depoimento, sabem que Capitão Fábio que contratou o Junior Bolinha, sabem quanto o Bolinha ja tinha desmatado e o quanto faltava desmatar, sabem o tamanho exato do loteamento e tem até o documento de registro de imóvel do loteamento, eles tem a planta, eles tem todos os cruzamentos das linhas telefonicas dos celulares do Marcão, do Capitão Fábio, do Neném(pirimo do Marcão), do Junior Bolinha, do Jhonatan, eles tem todos os cruzamentos telefônicos.
Eu fiquei impressionado.
Exa a vontade que eu tinha era de gravar a conversa deles e mandar pra V. exa ver a palhaçada.
Só não fiz porque não quero me meter em bronca com esse povo, mas resolvi contar pra V.exa ficar sabendo que não é so o tj que ta contaminado, o MP também é podre, raça de corruptos covardes, da é nojo.