As coisas na minha vida nunca acontecem naturalmente como acontece com as outras pessoas. Quando eu supunha que ia ser promovido, fui impedido de chegar ao Tribunal, por razões que são do domínio público.
Todos os magistrados na história recente do Tribunal de Justiça, ao concorrerem já tendo integrado duas listas de merecimento, foram automaticamente confirmados na terceira lista e assim promovidosautomaticamente.
Assim se deu com Josefa Soares, Cleonice Freire, Mário Lima Reis, Lourival Serejo, Marcelo Carvalho Silva, Jaime Ferreira de Araújo, José Bernardo e José Joaquim Figueiredo.
Somente eu fui alijado da terceira lista, sem ter cometido nenhum deslize, tendo uma enorme produtividade, porque, afinal, eu sempre fiz – e faço – audiências, sistematicamente, pela manhã e à tarde. Com essa determinação era muito pouco provãvel que alguem conseguisse a minha produtividade.
Nada disso, no entanto, adiantou. Posso até dizer, em face de todas as promoções que se confirmaram com a terceira composição em lista de merecimento, que houve, sim, injunções externas a inviabilizar a minha promoção. Mas isso é algo que ainda pode ser discutido no futuro. Vamos ver mais adiante.
Mas eu não desejo mais falar nisso, mesmo porque todos os dias eu recebo manifestações de carinho e nessas manifestações todos me dizem a mesma coisa: eu fui injustiçado. Eu até discordo quando dizem que a minha concorrente não tem méritos. Ela tem méritos, sim. Isso não se deve discutir.
Mas os meus inimigos – na verdade, invejosos mórbidos – não me dão sossêgo. Eles estão, agora mais intensamente, distribuindo cartas anônimas aos desembargadores, com as mais infames acusações contra mim.
Aos meus algozes, aos invejosos devo dizer, apenas, que ninguém recusa um magistrado da minha envergadura, apenas com carta anônima. Isso é coisa de canalha, de bandido, de malfeitor.
Enquanto os invejosos distribuem cartas anônimas, eu, cá do meu canto, apenas trabalho.
Estou elaborando, há mais de 10(dez) dias, a sentença do caso Gerô. Já foram produzidas 133 laudas. É sentença elaborada por quem tem dedicação integral ao trabalho. Tenho mais de 100% de produtividade. É dizer: enquanto trabalho, os meus inimigos fazem cartas anônimas, com medo de minha promoção.
Nâo sei, sinceramente, por que as pessoas têm tanto medo de minha promoção. Eu já disse que não sou incendiário. Mas não nego – isso todos sabem – que sou homem de fortes convicções, que sou idealista e que, em nome desse ideal, enfrento tudo, sem medo, sem receio, definitivamente.
Agora, é preciso que parem de me perseguir. Preciso que me deixem em paz. Eu já renunciei, publicamente, a minha promoção por merecimento. Agora, eu sou o primeiro da lista de antiguidade. Me deixem ascender naturalmente. Esqueçam que eu existo, por favor.
É meu nobre amigo… infelizmente as coisas no Brasil, e sobretudo no Maranhão, ainda funcionam assim: Se você tem um padrinho forte e poderoso fatalmente conseguirá galgar os mais altos escalões do serviço público, do contrário ficará à deriva como uma pesada nau abandonada ao sabor das correntes marinhas. Quanto mais você trabalha, menos é reconhecido.
Isso me faz lembrar uma frase vista no pára-choques de uma caminhão por essas estradas da vida: “QUEM TRABALHA MUITO, ERRA MUITO; QUEM TRABALHA POUCO, ERRA POUCO; QUEM NÃO TRABALHA, NÃO ERRA; QUEM NÃO ERRA, É PROMOVIDO”.
Mas não se preocupe. Quem tem um “padrinho forte” como o nosso PAI CELESTIAL não tem porque temer tal desafio, pois como V. Excia mesmo falou, todas estas pessoas (se assim podem ser chamadas) que tentam lhe prejudicar serão “tragadas” pelo tempo e não serão nada mais que “Uma lagartixa espremida atrás da porta”.
Um forte abraço…
ovalordajustica@hotmail.com