Vida real

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No dia 04 de agosto de 2005, por volta das 23h30, na Praça Deodoro, nesta cidade, dois desocupados – F.F.C. F e R.N.S.D – ingeriam bebida alcoólica. Estavam que era uma animação só. Bastaram umas duas caipirinhas e já estavam pra lá de Bagdá.

Mas o dinheiro acabou; e eles pretendiam continuar a farra, afinal, ninguém de ferro.

O que fazer, então diante desse impasse? Parar de beber? Ir para casa?

-Não, ir para casa jamais, disse F.F.C.

– Qual a solução, então. indagou R.N.S.D?

-Assaltar, moleque!

Pronto!A decisão estava tomada! Assaltar era a solução! A solução mais simples! Agora era só escolher a vítima! E ela não tardaria a aparecer.

A primeira pessoa que aos olhos deles fosse suscetível de ser assaltada, o seria, pouco importando que fosse homem ou mulher, criança ou adulto, sadio ou enfermo.

Com essa determinação, armaram-se de facas, para, em seguida, eleita a vítima, assaltarem R.C.C.C., de quem subtraram, com ameaça de morte, a bolsa tiracolo, contendo sessenta e cinco reais em espécie, e mais outros pertences.

Concretizado o crime, agora era só comemorar, prosseguir com a farra, bruscamente obstada pela falta de grana; e grana, agora, já não era problema.

De posse da bolsa, sairam os dois, de cara lavada, debochados, sem a menor cerimônia, para continuar a farra com o dinheiro alheio, fruto do trabalho de uma cidadã de bem.

Foram presos, logo em seguida, ainda de posse da bolsa da vítima.

Estão sendo julgados agora. Já analisei as provas. Não escaparão da condenação.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

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