Mantida a prisão de Arruda

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Foto por Agência Brasil

O ministro do STF Marco Aurélio Mello diz que decisão de prender Arruda tem bons fundamentos

Em entrevista à TV Brasil nesta sexta-feira (12), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello disse que a determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de mandar prender o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido) e mais cinco pessoas pela tentativa de suborno “estava bem fundamentada”. Segundo ele, “o flagrante quanto à corrupção de testemunhas e os depoimentos colhidos direcionam no sentido de que a origem do ato esteve no Palácio”, afirmou.

Abaixo trechos da entrevista:

Pergunta – Por que o senhor tomou a decisão de negar o habeas corpus a favor do governador Arruda?
Marco Aurélio  Mello
– A minha atuação é vinculada à ordem jurídica. E a ordem jurídica prevê que em se tratando de ato concreto, visando obstacularizar a instrução criminal, cabe a prisão. Foi o que se verificou na espécie. Acolhi a decisão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, que me mostrou uma decisão fundamentada.

Pergunta – Quais foram os pontos que o senhor considerou fundamentais da decisão do STJ que o fizeram reforçar a convicção de que o governador deveria permanecer preso?
Marco Aurélio
– O flagrante quanto à corrupção de testemunhas e os depoimentos colhidos, que direcionam no sentido de que a origem do ato esteve no palácio.

Pergunta – Como o senhor avalia a possibilidade da decisão que o senhor tomou ser revista depois do Carnaval?
Marco Aurélio
– O colegiado é uma incógnita, porque cada qual deve atuar segundo a ciência e a consciência possuídas e é um somatório de forças distintas. Agora, penso que a decisão não é minha. Mas, é a decisão do Superior Tribunal de Justiça, que está suficientemente bem fundamentada.

Pergunta – Qual a avaliação do senhor da repercussão dessa decisão?
Marco Aurélio
– Eu vejo a quadra como uma quadra de dificuldade e, ao mesmo tempo, uma quadra alvissareira, já que as mazelas não são mais escamoteadas. Elas afloram e as instituições estão funcionando. Me refiro à Polícia Federal, ao Ministério Público e ao Judiciário. Isso é muito bom em termos de avanço cultural, em busca de melhores dias para essa sofrida República.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

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