Sei que, com o meu discurso de posse, despertei a inveja ( então latente) de alguns. Ter sido quase ovacionado, ter sido aplaudido de pé, ter o discurso entrecortado por diversas palmas, causam, sim, inveja, esse sentimento menor que, infelizmente, ainda viceja, sobretudo nas corporações.
Ao invés de as pessoas – poucas, registre-se – se magoarem comigo, de fecharem a cara quando me vêem, de arquitetarem alguma vendeta, o correto seria, com a devida altivez, reconhecer que tudo o que eu disse no meu discurso de posse, foi arrimado em fatos incontroversos.
Quando me dispus a fazer o discurso que fiz, não o fiz motivado por um sentimento menor. Pena que muitos não tenham alcançado a dimensão e a finalidade do que foi a minha fala. Negar que vivemos uma séria crise moral, obscurecer que o Poder Judiciário tem sido profanado em face da conduta de uns poucos, não admitir que precisamos, sem mais demora, de uma assepsia ética, é querer tapar o sol com a peneira.
O que a mim me constrange, sinceramente, depois de tudo, é procurarem, no meu discurso, um desvio ético para me punir. É uma baita contradição querer punir quem faz um discurso fazendo apologia da moralidade pública.
Eta, Maranhão! É por essas e outras que somos tão malvistos lá fora.