Chico Buarque, na letra da música Pedaço de Mim, descreve a saudade assim:
“A saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu”
Reflita acerca da profundidade dessas palavras. Acho que ninguém foi capaz de traduzir a saudade é em tão poucas palavras.
Para mim, a saudade pode se manifestar ante a simples ausência dos meus filhos do seu quarto. Essa saudade dói, mas não mata. A saudade de quem arruma o quarto do filho que já morreu é simplesmente dilacerante.
Dr. Zé Luís, carrego comigo essa música, porque acho que ela é a mais real tradução da saudade, como bem observou o senhor. Contudo, acho que essa tradução se mostra mais fatástica no seguinte verso:
Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi
Parabéns pelo texto.
Se já o admirava, agora com certeza essa admiração aumentou.
Abraço,
Eduardo de Pádua
Eduardo, tenho orgulho de te-lo como leitor do meu blog
Dr. José Luiz, Chico Buarque trouxe diversas definições que fogem à simplicidade aparente para se mostrarem ferozes instrumentos de inquietação de nossas mentes. O trecho citado, complementado com maestria pelo Eduardo, no comentário acima, nos dá uma idéia disso. Tenho um filho de um ano e um mês. A simples leitura, tanto de sua citação quanto da complementação do Eduardo, tocaram-me de tal maneira que nem sequer consigo imaginar o qual dilacerante é esta inversão da orndem natural, que faz com que pais tenham que conviver com a ausencia definitiva dos filhos.
Parabéns pelo blog e pelas reflexões que ele nos impõem.
Grande Abraço
Rogério
Este tipo de saudade é realmente o pior dos tormentos.
A saudade que não se pode matar…
Agradeço a sua participação. Vamos, juntos, refletir sobre esses e outros temas igualmente candentes.
Uma braço
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Um abraço