SEJA UM DOADOR DE MEDULA ÓSSEA. ABRACE ESSA CAUSA
A doação da medula é simples, sem dor e a medula se regenera em duas semanas
________________________
Para viver – e conviver – bem com o presente é preciso ter vivido prazerosamente o passado.
Eu vivi e convivi – e convivo – bem com o passado.
Por isso, aconchego em meu peito uma incontrolável e benfazeja saudade.
A saudade que dói em ti, a mim me corteja, me acaricia, me bajula e me afaga, porque sabe que eu cuido bem dela, que lhe dou abrigo, que lhe empresto o conforto da minha mente sã, que a trago nos meus sonhos e nas minhas horas de reflexão.
Bendita saudade!
Bem-vinda saudade!
Direis: o passado é passado. O que passou, passou. O que se foi, o que se viveu, o que se sentiu, com o tempo esmaeceu, perdeu a razão de ser – foi-se!
Direis: agora é viver o presente.
Direi: esmaeceu em ti. Em mim o passado é presente.
Direi mais: o passado que passa – e que passou – para ti, para mim é presente, é energia, é força, é vibração.
Direis: lembrar do passado pode fazer sofrer.
Direi: sofres tu.
Direi mais: o meu passado, a minha história, o que vivi e vivenciei não vem em holocausto da minha felicidade. Ao reverso, conspira a favor dela.
Direi, também: o meu passado e o meu presente se completam, e deles decorre uma simbiose que me fortalece, que me dá forças, sobretudo em face das incertezas do futuro.
Direis: só um saudosista empedernido pensa assim.
Direi: sou mais que um saudosista enrijecido: sou um incontrolável, irrecuperável saudosista.
Direi, outrossim: com a saudade impregnando a alma, vou ao passado com a mesma volúpia, com a mesma tenacidade com que vivo o meu presente.
Direi, ademais: se o passado, por óbvias razões, não pode vir a mim, eu, embirrado, incontrolável, sôfrego, vou aonde ele está.
Direi, finalmente: é lá, no passado, que me reencontro comigo, pois o muito do que sou é resultado inexorável do que vivi , das coisas que vivenciei e aprendi, das alegrias, das dores e das tristezas que fui compelido a experimentar.
Triste de quem não tem passado,
Triste de quem só vive o presente, pois o presente que hoje vive, será, inapelavelmente, o passado que não viverá.
É dizer: se o passado não importa, se o passado nada significou, o que se vive agora é um nada, é coisa nenhuma.
Caríssimo Dr. José Luiz,
Nunca me identifiquei tanto com um texto e confesso que, enquanto eu o lia, tive a forte impressão de tê-lo escrito, um dia, tamanhas eram as semelhanças no nosso modo de pensar a saudade e reviver o passado.
Assim como o Senhor, “é lá, no passado, que me reencontro comigo, pois o muito do que sou é resultado inexorável do que vivi, das coisas que vivenciei e aprendi, das alegrias, das dores, das tristezas e das alegrias que fui compelido a experimentar.”
Muito obrigada por nos deixar “mergulhar” na sua alma e descobrir, em textos como este, a imensa ternura do seu coração.
Um grande abraço,
Azenate