É de rigor que o discurso se harmonize com a prática de vida

Não se tem mais dúvidas de que vivemos uma nova era no Tribunal de Justiça do Maranhão.

A verdade que salta aos olhos é que práticas antigas – algumas delas reprováveis – estão sendo substituídas, ainda que paulatinamente, por práticas mais saudáveis.

Vejo, nos dias atuais, por exemplo, uma evidente predisposição para não recondução de magistrados a determinados cargos,o que é, desde meu olhar, prática das mais saudáveis, pois que possibilita a alternância de poder e, com ela, de entender e decidir.

Imbuídos desse sentimento, vários desembargadores decidiram, na sessão administrativa de ontem, dia 15 do corrente, pela não recondução do Des.Lourival Serejo para direção da Escola Superior da Magistrura do Estado do Maranhão.

Conquanto reconheça a excelência de sua gestão – pela qual o parabenizo, publicamente -, não posso deixar de, no mesmo passo, reconhecer a importância de se promover a alternância da direção.

É compreensível que muitos possam não ter entendido por que deixei de votar pela recondução do Desembargador Lourival Serejo, sendo dele amigo fraterno. É que, nesse caso, não pode prevalecer o compadrio ou a amizade. Eu não posso dizer uma coisa e fazer outra. A ele próprio tive a oportunidade de dizer, repetidas vezes, que sou contra qualquer recondução. Assim dizendo e pregando, não poderia mesmo trair o meu discurso,convicto de que o meu discurso tem que ser a minha prática de vida.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

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