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“[…]Luiz Augusto, irmão de Sofia e Carlos Augusto, são filhos de Frederico Augusto e Bela Almeida. São cinco gatos maravilhosos que criamos e que, com o seu carinho, nos renovam as energias. Pena que Luiz Augusto, ou “Gordinho”, como o chamamos carinhosamente, tenha decidido se afastar de mim. Se a única alternativa for trazer o trabalho de volta para casa, acho que não me furtarei de voltar à velha rotina, só para voltar a ser cortejado por Luiz Augusto[…]
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Quando no exercício da judicatura de 1ª instância – e nos primeiro meses, na condição de magistrado do segundo grau – eu tinha por hábito trabalhar todos os dias à noite, depois de fazer a minha habitual caminhada. Todos os dias, poucos minutos depois de abrir o processo, ele se aproximava dos meus pés e pedia carinho, às vezes inistentemente, a esgotar a minha paciência. Muitas vezes, mesmo sabendo que ele não entendia, eu clamava, já sem equilíbrio, que ele me deixasse trabalhar. Quando o processo não guardava complexidade maior, eu costumava parar para fazer-lhe carinho. Mas se era daqueles que exigia a máxima concentração, eu me recusava; e ele, sem esboçar nenhuma reação, depois de muito apelo, deixava meu gabinete e ia para o tapete da sala se deitar.
Ele era assim: diferente dos irmãos, ele era o único que pedia carinho a mim, por isso me apeguei a ele muito mais que aos irmãos, conquanto tenha o mesmo amor por todos.
Depois de atualizar o meu trabalho no Tribunal, decidi que não mais traria processo para casa, para que pudesse me dedicar mais à leitura. O trabalho sumiu e ele, Luis Augusto, também deixou de me pedir carinho. Parece até que havia uma simbiose entre o trabalho e o carinho de Luis Augusto: quanto mais eu precisava de concentração, mais Luis Augusto pedia carinho. Agora, dedicado ( à noite) apenas aos livros, ele me desprezou. Nunca mais pediu os meus carinhos. Sinto falta dele – e dos carinhos dele. Eu, muitas vezes, me aproximo dele em busca de afago, mas ele, invariavelmente, foge de mim. Luiz Augusto, irmão de Sofia e Carlos Augusto, são filhos de Frederico Augusto e Bela Almeida. São cinco gatos maravilhosos que criamos e que, com o seu carinho, nos renovam as energias. Pena que Luiz Augusto, ou “Gordinho”, como o chamamos carinhosamente, tenha decidido se afastar de mim. Se a única alternativa for trazer o trabalho de volta para casa, acho que não me furtarei de voltar à velha rotina, só para voltar a ser cortejado por Luiz Augusto.