O inferno (não) está nas outras pessoas

Muitos de nós  não somos capazes de perceber que, numa relação conflituosa,  podemos ser  os únicos responsáveis pelos conflitos. Tendemos, ao que vejo e sinto,  a crer que  os defeitos estão nas  outras pessoas; não nos damos conta, nesse sentido, que  o problema, ao reverso, pode, sim,  estar  dentro de nós. É por isso que tenho procurado, na medida das minhas possibilidades e da minha falibilidade,  entender, em face de um conflito, onde errei, em que medida fui o responsável pela desinteligência.  Assim agindo, tenho (con)vivido melhor com o meu semelhante, mesmo porque a mim não me custa nada reconhecer quando erro, quando fui  culpado por uma desavença. Não sou dos tais que imagina, equivocadamente, que o inferno está sempre nas outras pessoas, mesmo porque, tenho afirmado e reiterado, sou igualzinho a todo mundo. Triste de quem pensa diferente.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

2 comentários em “O inferno (não) está nas outras pessoas”

  1. O problema até pode estar dentro de nós, mas isso não altera a gênese dos defeitos alheios.

    Como podemos ser os responsáveis pelos defeitos alheios se eles são inatos? Erros podem até decorrer dos defeitos, mas, no mais das vezes, são apenas inadequações aos modelos aceitos na lógica do mais ou menos.

    Não posso ver semelhança entre quem tem defeitos e quem apenas erra. Seria como equiparar um experiente juiz avarento a um noviço virtuoso, que protela nos despachos apenas por não encontrá-los nos manuais que carrega consigo.

    Não, não saberia conviver com ratos… mesmo com uma flauta mágica para comandá-los.

  2. Por Quem Os Sinos Dobram letra (Raul Seixas)

    Nunca se vence uma guerra lutando sozinho
    Cê sabe que a gente precisa entrar em contato
    Com toda essa força contida e que vive guardada
    O eco de suas palavras não repercutem em nada

    É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro
    Evita o aperto de mão de um possível aliado, é…
    Convence as paredes do quarto, e dorme tranqüilo
    Sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo

    Coragem, coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz
    Coragem, coragem, eu sei que você pode mais

    É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro
    Evita o aperto de mão de um possível aliado
    Convence as paredes do quarto, e dorme tranqüilo
    Sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo

    Coragem, coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz
    Coragem, coragem, eu sei que você pode mais.

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