Cada vez que leio os blogs da cidade mais me convenço que, nos dias atuais, para decidir, tem que ter muita coragem, sobretudo quando a questão envolve a chefia do executivo municipal, onde as paixões paroquias fazem as pessoas perderem a lucidez.
Mas que fique claro: o julgador não deve se intimidar em face dessas manifestações.
A verdade é que as pessoas parecem odiar os membros do Tribunal de Justiça do Maranhão.
Se qualquer dos membros da Corte comete um deslize, jogam-nos todos na mesma vala, como se aqui fosse uma casa de calhordas.
O mais estarrecedor é que em todas as profissões, em todas as categorias há, não se pode negar, os que desviam a conduta.
Todavia, nenhuma corporação, nenhuma categoria tem merecido tanto desprezo da opinião pública quanto os membros Poder Judiciário do Maranhão.
O que nos diferencia tanto das outras pessoas?
Por que tanto desprezo, tanta repugnância, tanta revolta, tanto ódio contra os membros do Poder Judiciário do Maranhão?
Confesso que, algumas vezes, penso, até, em antecipar a minha aposentadoria.
Definitivamente, acho que estar desembargador é um fardo pesadíssimo.
É como se fôssemos culpados pela ascenção social.
É como se fôssemos os responsáveis pelo pecados do mundo.
É preciso que as pessoas compreendam que não somos iguais, que muitos erram, mas que os nossos acertos são infinitamente maiores que os nossos erros.
Inobstante, ao que parece, isso não vale nada!
Pegam-nos todos- corretos e incorretos, éticos e aético – e colocam todos na mesma vala.
A situação fica mais periclitante quando temos que decidir alguma demanda que envolva o poder municipal, como antecipei acima.
Aí, meu amigo, ninguém escapa.
É como se todos, aos olhos dos calhordas – esses, sim, calhordas -, fôssemos venais.
Mas é preciso compreender que há, sim, muitos de nós, a grande maioria, posso dizer, que dignificam a toga que usam.
Eu não sou advogado de ninguém. Sou advogado de mim mesmo. E a minha defesa que faz é a minha história. A minha vida de total entrega ao Poder Judiciário, vivendo, exclusivamente, dos meus rendimentos, como o faz qualquer cidadão de bem.