“Se não conto o meu segredo, ele é meu prisioneiro. Se o deixo escapar, sou prisioneiro dele. A árvore do silêncio dá os frutos da paz”.
Eu já tinha refletido acerca dessa questão. O segredo compartilhado, não se há de negar, escraviza.
Tenho dito e repetido que quem age, na sua vida pessoal e profissional, sub-repticiamente, com subterfúgios, à calada da noite, fazendo negociações escusas, se corrompendo, vendendo a sua consciência, é escravo do segredo que partilhou.
O segredo compartido escraviza. Algum um dia, inevitavelmente, inapelavelmente, emergirá. Nesse dia, o proprietário do segredo deixará de ser mero escravo para ser, além do mais, desmoralizado. Pena que, às vezes, a desmoralização tarde.
Eu não tenho segredos profissionais partilhados com ninguém. Nem com a minha família. Nada tenho a esconder. Por isso mesmo, não corro o perigo de me escravizar, em face de um segredo.
Tenho dito, reiteradas vezes, que quem leva uma vida de fachada, dúbia, multifacetada, esvaecida e dissimulada, tem sempre muitos segredos guardados, muitos a serem compartilhados, muitos já compartidos com outras pessoas e muitos que, por isso mesmo, o escravizam.
O dono do segredo compartido viverá, sempre, sob o fio da navalha. Viverá, para sempre, escravizado pelo segredo que foi obrigado a comungar.
Por isso, é muito bom não ter segredos a compartilhar com ninguém.
É muito bom ser livre. Livre para agir e dizer o que pensa, sem se preocupar em desagradar, em ser simpático.
Nossa país é cheio de segredos! Digo, várias autoridades que o dirigem, com algumas exceções, para alimentar nossa esperança, possuem segredos! Mas o fato intransponível e odiendo é que os segredos de há muito tempo são compartilhados, alguns chegam a ser escravizados de forma tal que se vê notoriamente o dono do segredo, mas infelizmente, quando estes vêm à tona, o segredo com seus respectivo dono, não recai sobre eles a desmoralização esperada. Ao que parece falta esse freio que guia o homem, nosso país não é dado, do modo e grau que deveria ter, ao caráter, a retidão!