Refletindo sobre eleição

A campanha eleitoral viveu os seus últimos momentos no sábado passado. No domingo os eleitores optaram por JACKSON LAGO. Entre a cadidata do grupo Sarney e o candidato apoiado pelas forças de oposição, os eleitores optaram por quebrar a hegemonia da família Sarney.

Não sou político, stricto sensu, e nem faço política, mas, como qualquer cidadão, tive e tenho as minhas preferências. Achei saudável a alternância de poder. Vamos ver, agora, o que faz a oposição no poder.

Não dependo de nenhum dos dois grupos que se digladiaram nessas eleições, nem os tenho em conta como um melhor que o outro. Simplesmente acompanhei, à distância e sem me envolver, como se espera de um magistrado, a luta pelo poder.

A propósito, a única certeza que tenho é que na nossa classe política não há estadistas. Gostaria de estar enganado. Na minha avaliação, ninguém, de rigor, está muito preocupado com o bem estar do povo. A luta é pelo poder. Torci, no entanto, que fosse eleito aquele que se preocupasse com os mais humildes, ainda que minimamente.

O que importa consignar é que, fosse qual fosse o vencedor, a minha vida não mudaria em nada. Mas, ainda assim, gostei que o eleito fosse aquele que, na minha avaliação, é o mais indicado para moralizar os serviços públicos, de investir , com tenacidade, em segurança, educação e saúde.

Auguro que o eleito seja capaz de minimizar os desvios das verbas públicas, de combater, com rigor, a praga da corrupção, de não usar o poder em benefício pessoal ou de pessoas que estejam à sua volta.

Espero que o eleito tenha espírito público, que não trabalhe apenas pensando no próximo pleito. Espero que eleito priorize as políticas sociais, que miniminize os efeitos da miséria que assola grande parte da nossa gente.

Espero que o eleito não governe apenas para os seus amigos e/ou apaniguados. Espero que o eleito trate a coisa pública com seriedade, que não tolere o desperdício, que seja capaz de minimizar os graves problemas sociais do nosso estado, que moralize o uso da verba pública, que não se deixe levar pelos maus conselheiros, que defenestre do poder, definitivamente, os maus políticos, que não aceite ser refém da Assembléia Legislativa.O fato de não fazer política pardidária, não me impede de, enquanto cidadão, me envolver psicologicamente com a eleição. Nessa perspectiva, não posso deixar de consignar o meu sentimento de repulsa com tudo que vi durante essa campanha.

Os candidatos, com efeito, debochando de nossa capacidade de discernimento, mentiram, se agridiram, prometeram o que sabem que não vão cumprir. Os candidatos se esmeraram na tentativa de iludir, enganar, como se todos fôssemos idiotas. Os cadidatos fizeram demagogia, debocharam de todos nós, como se fôssemos todos uns tolos. Os candidatos, com efeito, debochando de nossa capacidade de discernimento, mentiram, se agridiram, prometeram o que sabem que não vão cumprir. Os candidatos se esmeraram na tentativa de iludir, enganar, como se todos fôssemos idiotas. Os cadidatos fizeram demagogia, debocharam de todos nós, como se fôssemos todos uns tolos.

Durante a campanha , os candidatos se esmeraram na mentira, no engodo, na bazofia. Os candidatos tentaram, de todas as formas, convencer o leitor a neles votarem. Para esse convencimento eles não mediram distância, prometeram o paraíso aqui na terra. O que é mais grave é que ainda há eleitores que acreditam neles.

Interessante é que, enquanto uns prometeram o que, sabem, não vão realizar, outros se encarregaram de desmenti-los. Os que desmentiram os embusteiros argumentaram, também enganando, que o paraíso na terra só eles poderiam oferecer. E assim foram levando a campanha: enganando, ludibriando, mentindo, disfarçando, lorotando, empulhando.

Os eleitores, de sua parte, também não se preocuparam muito com as promessas feitas. Ao leitor importa votar em quem, para ele, possa lhe ser útil. O eleitor, de regra, na vota com a razão, não se importa com as falsas promessas. O voto ele dá a quem lhe fez um favor ou lhe parece mais simpático. O eleitor vota, também, a pedido de um amigo ou em face de uma gentileza. E assim vamos levando: o canditado mentindo e o leitor, fingindo que acredita, votando de acordo com as suas conveniências pessoais.

Ao eleitor pouco importa o partido do candidato. O eleitor vota e pronto. Daí que me surpreendo quando os analistas políticos afirmam, por exemplo, que o eleitor votou com a esquerda porque queria menos privatização ou que votou na direito porque é um liberal.

O eleitor, devo dizer, não vota ideologicamente. O eleitor vota porque o candidato é bem apessoado ou porque lhe fez uma gentileza ou porque ajudou a um amigo ou porque lhe prometeu um cargo ou porque tem um bom discurso ou porque é amigo de um amigo do seu pai.

A eleição para governador aqui no Maranhão não pesou a pessoa do candidato. O que estava em jogo era manter, ou não, a família Sarney no poder. Nesse sentido, quem era contra votou em Jackson e pronto; quem era a favor, votou em Roseana. Mas poderiam ser outros os candidatos. O que menos importou na eleição, de viés plebiscitário, foram os candidatos.

Vamos, agora, aguardar o governo do eleito.

PS. Tudo que foi refletido acima acerca do candidatos o foi com a consciência de que não sou todos iguais. As reflexões suso lançadas partiram da premissa de que há exceções, que há candidatos probos e bem intencionados. Esses, no entanto, são uma exceção.

Registro, à guisa de reforço, que acima argumentei com a regra. E regra geral eles são assim mesmo. Felizmente, há as exceções. A essas exceções os meus efusivos cumprimentos. Dentre essas exceções, muitos foram os eleitos, felizmente.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Um comentário em “Refletindo sobre eleição”

  1. Q existem exceções existem…o problema é saber onde elas se escondem!

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