Foram eleitos os novos dirigentes do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Desejo, sinceramente, que façam uma boa administração. Quando me refiro a boa administração, quero dizer: que administrem voltados para os interesses dos jurisdicionados. Fazer boa administração significa não administrar em benefício dos apadrinhados e dos amigos do peito, mas em proveito da sociedade. Bem administrar significa, desde meu olhar, dar condições de trabalho aos juizes do primeiro grau, sempre relegados a segundo plano, como se fossem juízes de segunda categoria. Bem administrar é dotar os Fóruns – da capital e do interior – de condições mínimas de trabalho. Bem administrar é não deslembrar que os agentes públicos devem ter as suas ações voltadas para o interesse público.
Infelizmente, o que temos assistido, há muitos anos, estupefatos, é o exercício do poder voltado para questões pontuais e para interesses pessoais, em detrimento do interesse público. Falta-nos, sinceramente, espírito público. Quem administra para si e para o seus, de estadista não tem nada e, por isso, em nada difere dos politiqueiros de ocasião.
O fórum da Comarca de São Luis, é a maior prova do descaso com que tem sido tratada a Justiça de primeiro grau. Há vários anos trabalhamos sob as piores condições. Quase nunca há carros disponíveis para cumprir diligências, razão pela qual deixamos de realizar audiências, prolongando, exacerbadamente, a duração de um processo. Tivessem os nossos dirigentes sensibilidade, já teriam resolvido esse problema com a compra, por exemplo, de motocicletas. Essa simples medida resolveria, como num passe de mágica, a questão do cumprimento dos mandados e outras tantas diligências. Essa sugestão tem sido feita por mim deste a administração do Des. Jorge Rachid, sem encontrar eco, no entanto.
Tenho dito, com o que apenas traduzo o que pensam os meus colegas do primeiro grau, que nós, magistrados, não queremos nenhuma medida que importe privilégios. O que nós queremos, simplesmente, é condições de trabalho, para bem e fielmente cumprir o nosso mister.
Vamos torcer, pois, para que os novos dirigentes lembrem que o primeiro grau existe e trabalha sob as piores condições. Vamos torcer, enfim, para que não esqueçam que a nossa principal atribuição é trabalhar em benefício da sociedade e não em benefício pessoal.