É preciso ter esperança e fé

Estou retornando, hoje, agora, às minhas reflexões.

Nesse artigo vou refletir sobre a vida em sociedade e sobre o homem, a partir do exemplo de São Francisco de Assis.

Pois bem.

O que o ser humano faz de bom ao semelhante, a sua boa conduta, o seu apreço e respeito à família, tudo o mais que possa fazer em benefício da convivência pacífica numa sociedade, não precisa ser divulgado; deve apenas ser feito. É que ser bom, honesto, solidário, dentre outros predicados, é dever de todos nós. Sendo uma obrigação, não precisa ser destacado – nem divulgado.

Nos dias presentes, apesar das boas ações, a impressão que temos, em face de determinadas condutas de nossos iguais, é que estamos todos perdidos, sem rumo e sem prumo.

As funestas, ruidosas informações que nos chegam, dos quatro cantos do mundo, nos remetem à perversa sensação de ter alcançado o paroxismo e que, infelizmente, estamos fadados a sucumbir diante de safadeza, da perfídia, da ignomínia, da infâmia, da degradação, da pouca vergonha.

Os que assaltam os cofres públicos – à evidência e iterativamente -, os assaltantes a mão armada, os sicários, os meliantes, enfim, dos mais variados matizes, nos atormentam e tornam a vida em sociedade, às vezes, quase (?) insuportável.

Mas, é preciso convir, os bons, os cordatos, os solidários, os ordeiros, os retos, os honrados, os probos são, ainda, absoluta maioria, a impregnar a nossa alma de esperança, a nos fazer crer que nem tudo está perdido, que ainda temos esperança, embora tênue, de que um dia as coisas tendem a melhorar. E, não custa redizer, não se vive sem esperança. Triste de quem perdeu a fé no porvir.

Compreendo que a esperança em dias melhores deve povoar a nossa mente, os nossos sonhos, os nossos planos. A esperança num futuro de alvíssaras, creio, é um bálsamo a conduzir os nossos rumos, o nosso caminho – a nossa vida, enfim.

Como São Francisco de Assis, ainda há – e como há! – quem se sensibilize com a dor do semelhante, quem é capaz de beijar as mãos e abraçar um leproso.

O mundo ainda não está perdido. Quando analiso a conduta dos meus filhos – e de outros jovens igualmente bem formados moralmente – , quando vejo o seu caráter, quando vislumbro neles o sentimento de justiça e solidariedade a impregnar-lhes a alma, reafirmo em mim a sensação de que nem tudo está perdido, pois, como eles há muitos, há milhares, milhões, bilhões, a nos lembrar que dias melhores nos esperam.

Como sequazes, cúmplices involuntários e despretensiosos de São Francisco de Assis, há muitos que entendem não ser loucura beijar as mãos de um leproso, abraçá-lo, ser solidário com a sua dor, estender-lhes as mãos para, com a sua solidariedade, amenizar-lhe o sofrimento.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Um comentário em “É preciso ter esperança e fé”

  1. Ora aqui temos um TODO.
    Um conjunto de corpo e alma é um homem.
    Sem um deles é cadáver.

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