Para aqueles que têm os olhos voltados para seu próprio umbigo e que, por isso mesmo, desprezam o semelhante, como se fora um objeto descartável, transcrevo a letra da música Eu Me Amo, do conjunto Ultraje a Rigor, que, para mim, é um primor.
Há quanto tempo eu vinha me procurando
Quanto tempo faz, já nem lembro mais
Sempre correndo atrás de mim feito um louco
Tentando sair desse meu sufoco
Eu era tudo que eu podia querer
Era tão simples e eu custei pra aprender
Daqui pra frente nova vida eu terei
Sempre a meu lado bem feliz eu sereiRefrão
Eu me amo, eu me amo
Não posso mais viver sem mimComo foi bom eu ter aparecido
Nessa minha vida já um tanto sofrida
Já não sabia mais o que fazer
Pra eu gostar de mim, me aceitar assim
Eu que queria tanto ter alguém
Agora eu sei sem mim eu não sou ninguém
Longe de mim nada mais faz sentido
Pra toda vida eu quero estar comigoRefrão
Eu me amo, eu me amo
Não posso mais viver sem mimFoi tão difícil pra eu me encontrar
É muito fácil um grande amor acabar, mas
Eu vou lutar por esse amor até o fim
Não vou mais deixar eu fugir de mim
Agora eu tenho uma razão pra viver
Agora eu posso até gostar de você
Completamente eu vou poder me entregar
É bem melhor você sabendo se amar
Dr. José Luiz,
sou leitora assídua de seu site, mas, em regra, silente. Desta vez, entretanto, não posso deixar de comentar o post. “Eu me amo” é uma das muitas canções primorosas do “Ultraje” (que, aliás, tem cadeira cativa no som do meu carro). Outros versos são igualmente ácidos e retratam, jocosamente, o desgaste das relações interpessoais, a fragilidade de nossas posturas éticas (“Firmo e Sócrates”) e a degradação do cenário político nacional. As letras, apesar de datarem dos anos 80, seguem atuais. “Rebelde sem causa”, “Independente futebol clube”, “Ah, se eu fosse homem…” e “FDP” (o nome da música é impublicável! Achei mais prudente abreviar) são exemplos da presença de espírito e do bom humor da turma do Roger. Grande abraço.