Ninguém vive sem problemas, sem desafios. Viver é, pois, enfrentar os desafios, superar os problemas. Nós precisamos, por isso, estar preparados para enfrentá-los; preparados física e psicologicamente.
Ainda bem que há problemas, que há desafios – e soluções. Se fosse diferente, a vida seria um enfado só. Todos nós somos movidos pelo desejo de superação. Por menor que seja o desafio, apraz-nos enfrentá-lo, para, depois, comemorar a vitória.
A cada desafio transposto, realimentamos, naturalmente, as nossas forças, as nossas energias. E que bom que temos força, que temos energia para gastar – e para repor.
A cada obstáculo superado, a cada óbice removido, nós realimentamos a nossa alma e renovamos o nosso estoque de esperança. Isso, sim, é viver.
Não ter problemas, não enfrentar desafios, não transpor obstáculos, não remover as barreiras, quedar diante do empecilho é o mesmo que morrer. E, o que é pior, morrer estando vivo.
Mas há desafios que não precisariam ser enfrentados, pois decorrem muitas vezes – na maioria das vezes, é preciso admitir -, da irresponsabilidade e do descaso de alguns maus profissionais. Esses desafios poderiam – e deveriam – ser evitados, para poupar a nossa energia. Bastava pôr em relevo uma palavra mágica: responsabilidade.
Os problemas, os desafios evitáveis, mas que somos compelidos a enfrentar, nos desgastam e nos enfraquecem, desnecessariamente. Eles nos fazem perder as energias que deveriam estar armazenadas para enfrentarmos os problemas inevitáveis; aqueles que não dependem das nossas ações, que dimanam do imponderável, que são decorrentes, por exemplo, das forças da natureza, diante das quais, muitas vezes, sucumbimos, inapelavelmente.
A propósito dessas reflexões e à guisa de exemplos, lembro que há cerca de um mês estive em Cururupu, passando um final de semana de puro e necessário descanso. Tudo parecia correr dentro do programado. Mas aí me ocorreu de ter que enfrentar um problema que podia ter sido evitado, não fosse o descaso de alguns. Pois bem. Fui ao Banco do Brasil, agência de Cururupu, por diversas vezes, sacar dinheiro e qual não foi a minha surpresa ao constatar que nos caixas eletrônicos não havia nenhuma importância disponível para saque. Resultado: para não estragar meu final de semana e para poder retornar para São Luis, tive que recorrer a um comerciante amigo que trocou um cheque para mim. Fui informado, depois, por comentários de rua, que os caixas eletrônicos não estavam sendo abastecidos por falta de segurança para transportar os valores. Será? Não sei. Pode ser que sim; pode ser que não. O certo, todavia, é que esse era um problema que não precisava fustigar, gastar a minha energia.
Ainda recentemente, depois de vários dias de tosse ininterrupta, consegui, finalmente, marcar uma consulta com um pneumologista do Pronto Ar. Chequei ao consultório médico, no dia marcado para a consulta, às 6h40 da manhã, pois pretendia ser o primeiro a ser atendido, vez que tinha marcado audiência no Fórum para as 08h30 do mesmo dia e a informação que obtive era de que o atendimento começaria às 08h00.
Pois bem. Às 08h15, quando eu supunha que já teria sido atendido, é que nos foi permitido entrar na ante-sala do consultório. Durante esse tempo todo, ficamos na porta, em pé, aguardando que as portas da clínica se abrissem. Qual não foi a minha surpresa quando, por volta das 08h40, duas horas depois que cheguei ao consultório, fui informado de que o médico não iria atender naquele dia. O motivo? Ninguém soube. Simplesmente mandou dizer que não iria atender. E aí? Fazer o quê? Fui informado, depois, que isso tem sido uma rotina no Pronto Ar. Será? Não sei.
Agora, reflita comigo, em face do acima exposto e veja se tenho ou não razão de me agastar. Eu marca uma consulta, com quase um mês de antecedência, saio de casa com o dia amanhecendo, para ter tempo de cumprir os compromissos assumidos, e o médico simplesmente não aparece. E não dá satisfação!
Indago, a par do exposto: é ou não é uma falta de respeito? É ou não é motivo relevante para irritação?E aí? Apelar pra quem?
O certo e recerto é que eu não precisava ser fustigado, eu não precisava – ninguém precisa, importa gizar – gastar energia com esse tipo de problema, que podia ser evitado com o mínimo de boa vontade e responsabilidade.
Ano passado, marquei uma consulta pré-anestésica. Com sempre, cheguei duas horas antes da hora marcada. O anestesista chegou duas horas depois da hora que informaram que chegaria. Ele chegaria às 15h00, mas chegou às 17h00. Só esse atraso já seria o suficiente para tirar qualquer pessoa do eixo. Mas o pior estava por vir, como vou narrar a seguir.
À falta de uma secretária, uma paciente, metida a esperta, chegando quase no mesmo horário do médico, depois das cinco horas da tarde, simplesmente entrou na frente de todo mundo – na minha, inclusive, que já estava esperando desde as 14h00.
Claro que, diante dessa esperteza, dessa malandragem, esbravejei! Claro que reclamei! E é claro que gastei as minhas energias com esse episódio; energia que poderia ter sido economizada para o inevitável.
Nos três exemplos citados bastava que todos os envolvidos fossem mais profissionais para que nada disso tivesse ocorrido.
A energia que despendi com esses três episódios – que poderiam ser evitados -, vai me fazer falta mais adiante, quando eu tiver que enfrentar os problemas, os desafios inevitáveis.
Se você se lembra de ter gasto energia, física e mental, em face da irresponsabilidade de alguém, convido-o a se indignar comigo. Vamos socializar essa perda, afinal, todos nós, de uma forma ou de outra, já fomos compelidos ao desperdício de energia, em face da irresponsabilidade de alguém. Eu sou apenas mais uma vítima. Vítimas, por esse motivo, há em profusão.
É exatamente isso que estou aprendendo e buscando sempre, não desejo que as pessoas ao meu redor despendam suas energias de forma negativa por falta da minha responsabilidade. Para tanto tenho todos os dias no meu trabalho um exemplo perfeito a seguir.
Parabéns pelo blog Dr. Zé Luiz.