A carta que veio de Imperatriz

Depois de minha entrevista ao Jornal Pequeno, denunciando a forma de promoção no Tribunal de Justiça, tenho recebido incontáveis manifestações de apreço e solidariedade. Uma manifestação, entretanto, se destaca das demais. Essa manifestão restou emoldurada em uma carta que recebi de um advogado de Imperatriz, Clemente B. Viegas.
Nela o causídico, dentre outras coisas, depois de fazer-me elogios que julgo não merecer, o mencionado advogado afirmou:”…aqui, do outro lado do balão, os ‘podres’ do Egrégio exalam forte odor. Fala-se em venda de habeas corpus, em liminares, mandatos políticos, em tráfico de influência. E, padrinhos, em afilhados, em esquemas e sobra aqui deste outro lado do balcão uma imagem negativa (…) para grande massa de vassalos sem chance de beber na vinha do sistema ou de cohabitar nos corredores desse sumo-pontificado…”

Mais adiante:

“…e todos dizem por trás o que ninguém tem coragem de dizer pela frente. E voce Dr. José Luiz, teve e tem a coragem, independência e altruísmo para levantar uma pequenina ponta do icberg. Esse icberg de dimensões inimagináveis. Saúdo-o por isso…”

Em outro fragmento:

“…E nos tempos de sua cátedra por aqui, pouco tive acesso à sua sala de trabalho, mais ainda assim pude admirá-lo pela firmeza, sobriedade e imparcialidade de como conduzia a sua magistratura, o seu poder de decidir…”

Para encerrar:

“…Receba, meu caro Dr. José Luiz – magistrado e concidadão – embora inusitado, um abraço de solidariedade de quem sensibilizado cumprimenta-o no atual momento de coragem (cujo tema gera polêmica), evocando nesta oportunidade que V. Exa. encarna o Hino Maranhense: ‘Maranhão…berço de heróis’. ”

Essas manifestações nos mostram que não estamos sozinhos e retratam o nível de descrença no Poder Judiciário do nosso Estado. É uma pena!

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

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