A Folha de São Paulo de hoje traz matéria acerca da nomeação de parentes de magistrados do Pará no Poder Executivo do mesmo estado, a caracterizar, em princípio, nepotismo cruzado.
Infelizmente, essa tem sido uma prática comum, a atentar contra a moralidade pública, e a deixar os magistrado envolvidos numa situação absolutamente desconfortável.
Tenho dois filhos – um formado e outra, prestes a se formar, ambos em direito. Os dois não trabalham no serviço público. Mas eles sabem que, na minha compreensão, eles têm que fazer concurso para alcançarem um emprego, única via democrática e moral de acesso ao serviço público.
Claro que eles podem, sim, eventualmente, exercer algum cargo comissionado. Mas isso eles terão que alcançar sozinhos, sem a minha interferência. É que não acho bacana o magistrado praticar o nepotismo cruzado, e nem usar de sua influência para empregar os filhos.
Compreendo que o magistrado que assim procede, coloca uma nódoa em sua toga, difícil de ser expungida.
Eu quero continuar decidindo com absoluta e total liberdade. Mas isso só me será possível se eu não fizer concessões.
Tenho convicção que, como eu, eles podem vencer, sem que precisemos vender a nossa consciência.
Claro que não é nenhum crime aceitar um cargo de confiança. O que não aceito, sob qualquer pretexto, é negociar cargos, pois quero continuar sem amarras, para dizer o que pensa, sem perigo de um vendeta.
Seu Oliveira,eu como cidadã tenho orgulho da sua pessoa.